Mudança de comando no Bacen
Gabriel Galípolo durante a sabatina no Senado, realizada nesta terça-feira, dia 8. (Crédito: Adriano Machado/Reuters)
08/10/2024 – 14:26
O economista Gabriel Galípolo foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal para assumir a presidência do Banco Central, com 26 votos favoráveis e nenhum contrário. A votação ocorreu após uma sabatina pelos senadores nesta terça-feira, 8. A análise final pelo Senado será realizada em uma votação no plenário da Casa, prevista para acontecer ainda hoje.
A aprovação na comissão era considerada garantida, uma vez que Galípolo já havia se reunido com pelo menos 48 senadores antes da sabatina, em um tradicional rito conhecido como “beija-mão”. Vale lembrar que o economista já havia passado por uma sabatina anterior, uma vez que ocupa o cargo de diretor de política monetária do Banco Central desde julho de 2023. A sessão decorreu tranquilamente, sem quaisquer ataques ao indicado.
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Em suas primeiras palavras na sabatina, Galípolo destacou ter recebido apoio do presidente da República e dos senadores com quem se reuniu, enfatizando que pretende conduzir uma gestão livre e voltada “exclusivamente ao povo brasileiro”. Como diretor do Banco Central, ele participou das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) que estabeleceram a taxa básica de juros desde meados de 2023. O presidente Lula, por sua vez, já fez críticas públicas às últimas deliberações da autarquia, que manteve a Selic em níveis elevados.
Galípolo assegurou aos senadores que nunca enfrentou pressão em relação ao seu trabalho. “Em todas as oportunidades que tive de encontrar o presidente Lula, ele reafirmou de maneira clara e enfática a garantia de liberdade na tomada de decisões”, declarou. O economista também defendeu o atual patamar da taxa de juros, fixada em 10,75% ao ano, mencionando que se deve esperar um processo de desinflação mais lento e custoso. “Cabe ao Banco Central não correr riscos”, afirmou.
Os senadores ainda questionaram Galípolo sobre questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, risco fiscal, bets, a autonomia da autarquia e o projeto que visa transformá-la em uma empresa pública, com independência financeira e orçamentária.
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